Agora que eu sou mãe

Um espaço para compartilhar as aventuras de ser mãe

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A regra é a vida

Resolvi escrever um post sobre o medo, sim o medo da morte. Esse medo que nos invade como nunca depois que somos mães, eu sempre tive medo da morte mas, a morte, e sem duvida, a vida, tomou uma outra dimensão depois da Dora. Um medo, um medo de que ela morra e agora, só agora, um medo de que eu morra e deixe ela desamparada.
Pensei em escrever esse post porque tenho duas amigas muuuita queridas com os seus pequenos bebes na barriga, e elas me falam com certa timidez desse sentimento. Lembro de mim no começo da gestação quando a dorinha era apenas um cisco ( chamávamos ela assim nessa época). Da fragilidade de meu corpo e do corpo dela, desse pequeno encontro sutil ligados apenas por uma pequena mebrana, nada de placenta ainda, nada. Só uma sensação tímida no baixo ventre, uma sensação de alguma coisa acontecia e as cólicas que lembravam que o meu corpo estava mudando para receber um dos processos mais intensos que ele ja viveu. A dorinha, diferente do caso de vocês não tinha sido planejada, era um presente, uma surpresa. Eu me via num hiato de um lado a minha vida, a antiga Elenira solteira sem filhos, do outro uma Elenira Mãe (coloquei em maiúscolo mesmo porque é quase um nome próprio para mim). Eu não queria ter a minha vida de volta eu queria a transformação, mas ai veio o sentimento de morte, e o medo de até sentir isso. Era tudo novo. A casa, a vida a dois, o espaço interno e externo que precisava ser arranjado para essa nova vida que tão pequena provocava tantas transformações. Ai, minhas queridas como eu estou feliz por vcs, como será tudo lindo e bom. Aproveitem esse encontro sutil, comuniquem-se com o corpo de vcs.
Hoje eu vejo a Dora tão menina, comendo sozinha e tudo mais, aquele pequeno bb frágil não existe mais, aquela Elenira não existe mais, são essas as pequenas mortes da vida. São elas que fazem a vida acontecer, pensem que vocês estão nascendo como mães sendo gestadas também.
Sei que é estranho falar de morte quando é a vida que pulsa, mas como as duas falaram nesse pequeno medinho...resolvi escrever, sim tudo vai dar certo. eu tenho certeza porque tanta coisa ja aconteceu^, o encontro, a vontade de estar junto. Quantas estripulias sem saber que um vida se formava...sim com certeza tudo será lindo.
Quanto ao medo...bem o medo não passa, eu sinto dizer, mas a afirmaçõa é a vida. Pensem nisso quanto ele vier mais forte do que deveria, a regra é a vida.
To muuito feliz Viva a Vida tao forte e singela ao mesmo tempo.

4 comentários:

  1. O GRANDE SIM. Custei a entender a outra Elenira, a Dora como teu desdobramento, grudei demais, afastei e agora que o feijãozinho (é assim que o chamamos por enquanto hehe) está aqui é que tenho uma maior dimensão de todos esses nascimentos e mortes. E justo eu falando de medo, quem diria... Já vejo nascer um outro meu eu, que aprendeu a sentir medo, quem diria. E vem mais por aí!!!!!! OBRIGADA POR TODOS OS NOSSOS SINS

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  2. Oi Elenira, adorei seu post. Acho muito importante falar sobre isso.
    Eu já passei por várias fases de sentimentos relativos a morte e agora com a Manu presente em nossas vidas não poderia ser diferente.
    A morte é uma constante em nossas vidas desde que damos nosso primeiro suspiro, mas sinto que a relação que nós ocidentais temos com ela é ruim, percebi isso principamente quando escrevi meu TCC na faculdade de psicologia sobre as mortes simbólicas. Como vc bem
    falou a morte está presente sempre, no desenvolvimento de forma geral qdo deixamos de ser bbs, passamos a crianças, adolescentes, adultos. As mortes como perda de um relacionamento, emprego, a morte de um ente querido ou amigo, a possibilidade da nossa própria morte...qtos sentimentos q surgem né? Insegurança, medo, vazio, enfim temos q lidar com eles para crescer, pq realmente a vida só é vida por que está atrelada a essas mortes, a morte é incompreendida a meu ver, podemos fazer dela nossa aliada diante dos desafios para o bem viver!
    Parabéns pela coragem de tocar nesse ponto!
    Bjs

    Gi do Prado
    http://maternartedecuidar.blogspot.com
    http://saopauloparacriancas.blogspot.com

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  3. também passei por essa experiência maravilhosa...ja fazem alguns anos,mais claro,11 anos...foi unica,linda e aprendo com ela sempre...é o maior amor da minha vida...esse amor é incondicional...

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  4. me lembro de quando eramos crianças(caetés),hj vejo minha filha Nicole(da foto)e vc tbm com sua filhinha é mto estranho,pessoinhas que não existiam em nossas vidas e chegam tomando conta do nosso tempo,sentimento e temos a sensação de sempre estiveram do nosso lado...adoro isso

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